A EVA FUTURA

Remontagem: Teatro Nelson Rodrigues - Caixa Cultural Rio de Janeiro - 17 a 27 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

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Sessão de gravação de Evelyn Habal 

com Ana Velloso e o visagista Martin Macias


Martin Macias, Ana Velloso, Denise Bandeira e Vera Novello
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A Eva Futura

A Eva Futura
de VILLIERS DE L'ISLE-ADAM | Tradução para o teatro, Adaptação e Direção DENISE BANDEIRA / Diretores-assistentes - GLAUCE GUIMA e FERNANDO PHILBERT/ Elenco BRUCE GOMLEVSKY, BRUNO FERRARI, LARISSA MACIEL, LOURINELSON VLADIMIR / Participação especial ANA VELLOSO / Cenário HELIO EICHBAUER / Figurino RITA MURTINHO / Iluminação PAULO CESAR MEDEIROS / Preparação corporal e direção de movimento PATRICIA CARVALHO-OLIVEIRA / Trilha sonora DENISE BANDEIRA, ANDRÉ SURKAMP, GLAUCE GUIMA e RICARDO RENTE / SPiano e Voz - CAMILLA DIAS E TONI PLATÃO / Fotografia CAFI / Programação visual BÁRBARA EMANUEL E LUIZ HENRIQUE Visagismo MARTIN MACIAS / Supervisão de vídeo – FRANCISCO ARRAES/ Divulgação Gilda Mattoso e Marcus Vinícius/ Direção de produção ANA VELLOSO, BIA GONDOMAR e VERA NOVELLO.
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Release "A Eva Futura"

1886. Menlo Park. Nova York. Estamos no laboratório de Thomas Alva Edison – o magnífico Cientista, chamado O Mago– uma Lenda Viva! Na solidão de sua sala de trabalho, Edison, entusiasmado, reflete sobre a rapidez das descobertas científicas. Para ele não há mais qualquer dúvida: somos semideuses - a Natureza já foi totalmente dominada! A Lâmpada Elétrica aprisionou a luz; o Fonógrafo - o som; a Fotografia e o Cinema - a imagem e o movimento. A Ciência já é capaz de criar qualquer ilusão. Não há mais realidade – ou melhor, não há mais sonhos - todos os sonhos são possíveis.

Assim começa A Eva Futura – que chega ao Teatro Nelson Rodrigues, dia 17 de novembro, em versão traduzida para o palco e adaptada por Denise Bandeira, que também assina a direção. Em cena, Bruce Gomlevsky encarna o poderoso e egóico Thomas Edison - que àquela altura – 1886 - estava não só vivo como em plena efervescência criativa. Larissa Maciel é a linda e fútil Alicia Clary. Bruno Ferrari, o atormentado Lorde Ewald. O cenário é de Helio Eichbauer. Figurinos de Rita Murtinho. Luz de Paulo Cesar Medeiros. E na mente de Edison o apaixonante desafio de substituir um ser humano imperfeito e medíocre ( Alicia, noiva de Ewald, seu amigo e mecenas) – por um Ser Artificial e sofisticado - a formidável Androide Hadaly.

A trama...

É noite em Menlo Park. O jovem aristocrata Conde Celian Ewald – o primeiro mecenas de Thomas Edison, aparece para uma visita inesperada e estranha. Vem anunciar seu suicídio! Apaixonado por uma atriz de beleza estonteante e nenhuma inteligência (um caso crônico de raquitismo intelectual!) Ewald quer morrer para se libertar de vez daquela vergonhosa escravidão que o prende a uma forma sem conteúdo. Edison, disposto a salvá-lo, oferece ao amigo a solução: construir uma Andróide, à imagem e semelhança de sua musa, criando para ela um novo conteúdo, à altura das exigências emocionais e intelectuais de Lord Ewald. Uma cópia tão perfeita que nem mesmo o apaixonado Ewald seria capaz de perceber a diferença entre uma e outra. (Inúmeras seriam as vantagens – inclusive a dessa sósia ser fabricada com materiais resistentes e duradouros e passível de ser desativada a qualquer momento – caso o aristocrata se arrependa do projeto).

Diz a lenda que o verdadeiro Thomas Edison, ao ler o romance de Villiers - admirado e divertido com a ficção criada sobre sua personalidade - teria dito, sobre o autor: “Este homem é maior do que eu. Eu posso apenas inventar. Ele cria”.

A montagem

A Eva Futura é, portanto, uma viagem de poesia e humor negro numa numa discussão que se mantém incrivelmente atual – a difusa fronteira entre Realidade & Ilusão, entre Real & Virtual. E a ditadura da Beleza Feminina sobre os sentidos. “É um texto do final do século XIX, quando a eletricidade virou o mundo de cabeça pra baixo - numa ruptura muito mais radical do que o choque digital que vivemos agora. Edison, foi a primeira celebridade internacional do planeta. Um americano. Trazendo uma lâmpada elétrica que iluminou e um fonógrafo que gritou num mundo em que a Europa ainda ditava as regras de comportamento. Suas invenções mudaram radicalmente a percepção humana da realidade.”

“Vi, neste romance – A Eva Futura - a semente de filmes que depois seriam marcantes em minha vida – o fundador: Metropolis, de Fritz Lang, e depois Blade Runner, de Ridley Scott”.

Villiers de L’isle-Adam (1838-1889), ou Jean Marc Mathias Phillipe Auguste, nobre decadente e deserdado, reconstrói Thomas Edison em seu romance com a estatura de um mito. A Eva Futura tanto na época quanto agora, é uma alegoria exemplar, divertida e terrível sobre o progresso e da modernidade. L’isle-Adam foi contemporâneo de Rimbaud e Verlaine, além de amigo-irmão de Mallarmé com quem viajava para visitar Richard Wagner, ídolo dos dois poetas. Villiers conseguia ser uma personalidade excêntrica entre os próprios simbolistas – já excêntricos por definição. Compartilhou com eles a rejeição ao pesadelo do progresso tecnológico que chegava ao planeta numa convulsão de ferro e faísca e sem resolver qualquer questão crucial do ser humano – sempre – e teimosamente – enigmático e sem solução.



Do pavio ao fio

No começo a única luz era a que vinha do fogo selvagem - tocha de madeira ou feixe de galhos. Depois veio o pavio. Que domesticou o fogo, permitindo seu uso preciso e eficiente. E, nos domesticou, também. É impossível imaginar a civilização chegando até onde chegou só sob a luz de tochas.

E o bravo pavio manteve seu lugar como tecnologia predominante de iluminação desde os primórdios da história até o século XIX, só então destronado, primeiro, pela lâmpada a gás, e depois, decisivamente, pela lâmpada elétrica de Edison e seu luminoso filamento de metal. A lâmpada de Thomas Edison foi acolhida entusiasticamente em todo o planeta. E, naturalmente, sua chegada, modificou muito a vida das pessoas. Antes as famílias se reuniam, à noite, no cômodo central das casas, em volta das lareiras, velas ou lâmpadas a óleo – para conversar. A luz elétrica e o aquecimento central, dissolveram essa longa tradição. As famílias passaram a se dispersar pelos cômodos das casas, cada um lendo, estudando ou trabalhando sozinho, com mais privacidade e autonomia. Mas a coesão da família enfraqueceu. A luz elétrica, fria e uniforme não era nem hipnótica nem calmante, como a luz da chama. Era estritamente funcional.
E a luz transformou-se em mercadoria industrial.

A rede elétrica – que triunfo! - permitiu o nascimento do rádio, do telefone, do cinema, do microfone, do amplificador, dos alto falantes, do ônibus elétrico, da escada rolante, do elevador e da iluminação dos teatros e das principais vias das cidades. Possibilitou também que tivéssemos luz artificial durante o dia e a quantidade certa de calor e ventilação. Os americanos empregaram-na, imediatamente, nos novos ambientes urbanos: o arranha-céu, a loja de departamentos, o parque de diversões. Ninguém falava em contenção de energia num mundo onde ela parecia ilimitada.

Atualmente nossa tecnologia da informação embora diferente, em alguns aspectos, da eletricidade... como se parece a ela! As empresas atuais são forçadas a a integrar a tecnologia da informática em seus negócios tal como as empresas do final do século XIX tiveram que se ajustar à chegada da rede de eletricidade. Ajustes vertiginosos que geraram mudanças radicais em sua organização e seus processos produtivos. A tecnologia chegava, cada vez mais veloz, atropelando e descartando equipamentos antigos, recém criados mas já incompatíveis com as necessidades que surgiam, uma atrás da outra - já que, não só as empresas, mas também as residências passavam a conectar-se à rede em toda a sociedade.


No entanto e apesar de tudo isso jamais perdemos a atração pela chama na ponta de um pavio. Acendemos velas para criar um ambiente romântico ou calmante. Nos aniversários. Para marcar uma ocasião especial.

Mas já não sabemos mais como era o mundo quando o fogo era a fonte de toda a luz.

Toda mudança tecnológica é também uma mudança de geração. E à medida que os mais velhos morrem, levam consigo o conhecimento do que foi perdido quando a nova tecnologia chegou. Fica só a impressão do que foi ganho.
O número de pessoas que se lembra da vida antes da chegada da lâmpada de Edison, hoje, é insignificante. E quando esss pessoas desaparecerem, desaparecerá, também, toda a lembrança remanescente de um mundo anterior, pré-elétrico.
O mesmo acontecerá em algum momento, no final do século XXI, com o mundo que existiu antes do computador e da Internet. E seremos nós aqueles que levarão consigo essa lembrança.

E é assim que o progresso disfarça suas pegadas, refazendo perpetuamente a ilusão de que o lugar onde estamos é aquele onde devíamos estar.

(fonte: “The Big Switch” – Nicholas Carr)

O Simbolismo no Brasil

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/simbolismo/simbolismo.php

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Cruz e Souza (1863-1898):

Victor Hugo

Quando Ele entrou no Século presente

Na vibração de eternos ideais,

Foi como um facho de petróleo ardente,

Num retinir de espadas e punhais

Seu coração vulcânico e fremente

Tinha esquisitas pulsações brutais

Ora rugindo ameaçadoramente,

Ora cantando os flóreos madrigais.

Quando as cem liras dedilhou, as rimas

Iam céu fora – procurando os climas

Das serras altas, dos rochedos nus.

Mas ó palavra racional eras,

Ele há de entrar nas gerações austeras,

Como um trovão e não como uma luz!

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Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)

·

· Pulchra Ut Luna

Celeste... É assim, divina, que te chamas.
Belo nome tu tens, Dona Celeste...
Que outro terias entre humanas damas,
Tu que embora na terra do céu vieste?

Celeste... E como tu és do céu não amas:
Forma imortal que o espírito reveste
De luz, não temes sol, não temes chamas,
Porque és sol, porque és luar, sendo celeste.

Incoercível como a melancolia,
Andas em tudo: o sol no poente vasto
Pede-te a mágoa do findar do dia.

E a lua, em meio à noite constelada,
Pede-te o luar indefinido e casto
Da tua palidez de hóstia sagrada.

· ..............................................................

· Pedro Kilkerry (1885-1917)

· O Verme e a EstrelaAgora sabes que sou verme.
Agora, sei da tua luz.
Se não notei minha epiderme...
É, nunca estrela eu te supus
Mas, se cantar pudesse um verme,
Eu cantaria a tua luz!

E eras assim... Por que não deste
Um raio, brando, ao teu viver?
Não te lembrava. Azul-celeste
O céu, talvez, não pôde ser...
Mas, ora! Enfim, por que não deste
Somente um raio ao teu viver?

Olho, examino-me a epiderme,
Olho e não vejo a tua luz!
Vamos que sou, talvez, um verme...
Estrela nunca eu te supus!
Olho, examino-me a epiderme...
Ceguei! ceguei da tua luz?

1. ...................................................

O Simbolismo na Língua Portuguesa

http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/simbolismo.htm

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Florbela Espanca (1894-1930)

Perdi os meus fantásticos castelos Como névoa distante que se esfuma... Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los: Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos Que se afundaram sobre um mar de bruma... - Tantos escolhos! Quem podia vê-los? - Deitei-me ao mar não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel, A minha cota de aço, o meu corcel, Perdi meu elmo de oiro e pedrarias...

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas... Sobre o meu coração pesam montanhas... Olho assombrada as minhas mãos vazias...

Florbela Espanca

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Fenando Pessoa (1888-1935)

ABDICAÇÃO

Toma-me, ó Noite Eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho …Eu sou um Rei
Que voluntáriamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços .
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei ,
E meu ceptro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas dum tinir tão fútil -
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a Realeza, corpo e alma,
E regressei à Noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia



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